sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Epílogo de uma Existência (III)

Durante meu confronto com Carr não pude deixar de notar as vozes que ecoavam no vazio que se tornara minha casa em chamas. A cada choque de nossas lâminas varias luzes que se assemelhavam a uma espécie de fogo fátuo apareciam e nos limites da ilusão.

O eu que há um momento fora apenas um viajante por mais de vinte anos agora reencontrava seu desejo árduo pela batalha, pelo cheiro de sangue e cinzas, pela sensação de aço cortando carne, pelo som dos gritos de dor e agonia enquanto enviávamos os vivos para um mundo de tribulações no purgatório, que agora parece ser apenas uma mentira.

Meu adversário parecia também reencontrar sua paixão pela inevitável morte de um homem. Mas essa seria especial; vinte anos à espera de seu assassino devem ser o suficiente para construir uma cidadela de raiva e vingança. E a cada instante que se passava, minha raiva, meu ódio e minhas memórias também se tornavam mais vivos. A visão de minha família morta, dilacerada e destruída começava a se materializar onde aquele fogo fátuo se reunia para dar continuidade a seus cantos de desolação e desespero:

"Estuans interius ira vehementi
Sors immanis
Et inanis
Veni veni venias
ne me mori facias"

Não parecia haver fim para nossa guerra particular. Os cantos ficavam mais altos, mais altos e mais dolorosos. O insanidade de Carr transfigurava seu rosto a cada grunhido proferido. De tão concentrado que estava, não pude reparar que a ilusão também se transfigurava. Em uma última investida, ambos fomos atirados pela força do golpe do outro para os extremos do ambiente, uma praça em meio a vários prédios de concreto destruídos.

Quando ambos retomamos nossas posições, o silêncio absoluto, nem nossos corações ou respiração podiam ser ouvidos, o homem insano começou a proferir versos da canção dos fantasmas de minha casa:

"Veni veni venias
ne me mori facias
...
Haryuu no Hanekata!"

Com essa última exclamação, um anjo negro desceu dos céus. Trajava uma vestimenta preta com um capuz também preto, apenas sua branca mão esquerda (a direita estava coberta por um pedaço de armadura que se parecia com as garras de um demônio) e seus olhos profundamente azuis podiam ser vistos. Suas asas, repletas de penas negras, encheram tudo com sua escuridão, como se devorasse a própria luz. Desembainhou sua espada e veio, andando calmamente, em minha direção.

O som de suas botas colidindo com o concreto era a própria definição do desespero. Seus olhos azuis penetraram em minha alma e me forçaram a sair de minha tradicional postura, com a espada embainhada e segura na mão esquerda, com a direita pronta para sacá-la a qualquer momento.

Ao parar diante de meu corpo imóvel, o anjo ergueu-me no ar, usando nada mais que seu olhar demoníaco. Vitanova caiu de minha mão, deslizando para fora de sua bainha durante a queda. As inscrições, que antes de obter o anel de minha esposa estavam apagadas e ilegíveis, agora ressoavam com as da espada do anjo negro.

A paralisia que me afligira cessou e, com isso, meu corpo retornou ao solo. A força que sentia dos olhos azuis do ser a minha frente enfraqueceu, e ele cravou sua lâmina no chão, à frente de meus pés. Peguei minha própria arma e repeti o gesto, sem saber exatamente por que o fazia. "Deveria matá-lo enquanto tenho a chance! Depois, mato Carr com a arma de seu próprio truque.", pensei, mas nada pude fazer; o olhar da criatura ainda me tinha como refém.

"Vida e Morte; dois lados de uma realidade cruel. Guardei um dos lados como me foi ordenado, passo-o agora para seu legítimo herdeiro. Mas antes, devo punir aquele que me invocou sem merecer minha dádiva."

Com essas palavras frias, mortas, o guardião se voltou para Carr e caminhou em sua direção tão rápido quanto havia vindo em minha. Porém, o lunático não estava paralisado; avançou de forma bestial e pronto para desferir um golpe capaz de matar até os mais bem protegidos homens em suas armaduras.

Com um rápido movimento, o anjo desviou seu corpo da trajetória da arma, mas a magia negra que emanava da espada de nosso adversário foi forte o suficiente para ferir-lhe a asa esquerda. Ignorando a dor, retribuiu a investida com um golpe rápido no braço de Carr que segurava a espada, decepando-lhe o membro. Pegou a espada para si e, finalmente, atravessou o coração do bastardo. Nem uma unica gota de sangue foi derramada durante o processo.

O homem morto e sua arma desapareceram. A sala voltou ao seu estado inicial. Nunca o silêncio desse limbo para que fui enviado fora tão agudo e solitário. O anjo, que agora tinha apenas uma asa, permaneceu onde estava.

"Vida e Morte unidas mais uma vez. Sua jornada não acaba aqui. Sua segunda metade, Nostrum, jaz a seus pés. Use-a para encontrar o que procura."

E com essas últimas palavras, o ser que poderia ser meu assassino se foi. Sua asa amputada permaneceu na sala, juntamente com a bainha de minha nova arma, Nostrum.

Tão leve! Não haveria dificuldade alguma caso precisasse de usá-la juntamente com Vitanova. Coloquei ambas as armas em meu sinto. Atravessei até o lado oposto ao que tinha vindo. O par de lâminas cruzadas na maçaneta emitiam uma luz fraca e pouco quente. Girei-a.

Ao deixar a sala, não senti a porta se fechar, mas, ao olhar de onde tinha vindo, ela não estava mais lá; via apenas o lado do caminho que terminava tão abruptamente. Segui minha nova trilha, nada diferente pela qual vim.

E a luz, a cada passo, ficava mais intensa.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Romance, Livros e Glicose - I

Era noite, a casa estava em pleno silencio, a lua cheia parecia iluminar toda a casa, e lá deitado no quarto estava ele, lendo seu livro. O rapaz parecia concentrado, mas em momentos se distraia e olhava para a lua.

Sentia dentro de seu coração um abissal vazio, porem achava-se na solidão de seu livro, o conforto. Durante um instante parou de ler o livro o colocando ao seu lado... Estava pensativo parecia longe...

A lua ao iluminar sua face parecia dividir sua face em duas, uma sóbria e a outra melancólica... Não parava de pensar. Voltava em sua mente aquela que um dia desejará e hoje não se encontra ao seu lado.

Saiu do quarto desceu para a sala, a onde à sua espera estava um copo de Uísque. sentou-se em sua poltrona ligou o som, mas a musica que tocava ele não prestava atenção. Seu corpo sentia tocado por uma aflição aguda, seu coração parecia dar-lhe socos no corpo, sua respiração se tornou ofegante, o copo da bebida não surte o efeito esperado de aniquilar seus vãos pensamentos.

Ainda sentado começa a chorar, achei que estava chorando sem motivo ou por efeito da bebida, mas não, chorava por ela, sentia ela em seus braços, porem tinha certeza que não a tinha. Os minutos se tornam horas e ele parado sem saber o que fazer. Buscou em si resposta, aquelas que jamais iria obter em sua vida terrestre e volúpia.

Voltou a realidade, subiu no quarto pegou sua jaqueta, ao lado do livro estava a chave do carro, já dentro do veiculo escutava musica na radio, seria impossível pará-lo, estava decidido, era tudo ou nada. Chegou perto de uma casa, desligou o carro e esperou, não sei se esperou por medo ou para averiguar se existia mais alguém na residência.

Não estava surpreso, não avia ninguém lá alem dela, desceu do carro silenciosamente chegou a porta e tocou a campainha. A luz da sala ascendeu e um vulto apareceu na porta. Era a moça, porem assustada ao receber a visita do rapaz, parecia não querer vê-lo.

Com genstos rápidos, se aproxima o homem da moça, e a busca em seus braços, não estava ligando pra nada e deu-lhe um beijo. Pra ela isso foi uma prova de amor, pra ela o começo da duvida, logos após o beijo a moça o convida para entrar...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Castelos de areia desmoronam!

Muitos já me disseram que a vida ou os sonhos são como castelos de areia, que vamos construindo aos poucos, sempre tomando cuidado para que nada de perverso sobrevenha. Pois é, né...! O meu castelo já desabou... Chances de recuperá-lo? Nenhuma! Gostaria até de concretar esse bendito, morada do pesadelo.

Creio que optaria viver no castelo de Drácula, é mais confortável e adequado. Também não sei por que diabos me inventaram essa analogia, castelos areia = vida, sonhos: odeio praia e areia! Acredito que deve ter sido alguém que eu odeio - Fato!

Maldita hora em que comecei a arquitetar esse castelo, já aconselhando: não adianta almejar construir seus sonhos se não valem a pena. Eu tentei construir os meus e uns infelizes já os aniquilaram. Bem, nada mais justo que uma vingança, só que ao invés de extinguir só os devaneios deles, quem sabe eu não termine o resto e acabe com tudo de vez?

Além disso, quem sabe volto a construir meu castelo, mas agora ele irá ser de concreto, para ver se não será devastado, pois já estou sem meus sonhos, e minha vida... Entendo que reconstruindo tudo volvera ao que era antes - ou não! O importante é não desistir (eu já desisti).

domingo, 15 de agosto de 2010

Só de passagem

Estava sentada como de costume olhando para o nada. Na verdade, olhar para o nada é muito. É a coisa mais interessante para se fazer, pois me permite viajar para dentro de mim e me procurar no lugar certo. Só que desta vez alguém me tirou de lá.

Com uma risada contida e o rosto vermelho, uma chimpanzé loira de unha verde fluorescente, muito parecida com todas as outras que estampam as capas de revistas para chimpanzés, se aproximou e me disse “Ei, para de viajar na maionese e volta pra realidade. Você está parecendo uma doida.” Nesse momento, todos os chimpanzés com que convivo diariamente riram de mim. Respirei bem fundo e repeti mentalmente aquela que praticamente virou meu mantra: “EU NÃO PERTENÇO A ESSE LUGAR. ESTOU SÓ DE PASSAGEM!”.

Pensando bem, eu não pertenço a lugar algum, pois o lugar a que pertenço não é físico, e eu o posso chamar só de meu. Pelo menos é o que eu acho, é o que eu prefiro achar. O lugar a que pertenço é a minha mente, meu consciente e meu subconsciente, principalmente à esse último, harmonioso sótão de minha morada.

No meu confortável lar, sou miserável, sou rainha, sou filósofa, sou aventureira, sou maga, sou artista, sou livre, sou deus. Deus não! Isento-me dessa responsabilidade de criar as coisas, pois o que eu quero é me deixar ser inventada, não pelos ignorantes forasteiros, chimpanzés que imitam a idiotice uns dos outros sem nem ao menos saber o motivo, mas pelo imenso Teatro que guardo em meu porão e pelo Circo que se criou em meu sótão. Quero ser inventada pelos inúmeros personagens que moram comigo, dos Palhaços às Bailarinas, dos Shakespeares aos Leões, dos Trapezistas às Camponesas, dos Cavaleiros aos Dragões. Eu quero me encontrar com a minha realidade. Quanto às outras, estou só de passagem.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

1º Pecado: Luxúria

Defino luxuria como uma critica de pobre, pois eles invejam aquilo que os outros possuem. Mas acho esquisito em muitos casos, em que pessoas que só usam produtos, em geral, de luxo e caros criticam os outros que fazem a mesma coisa. O que eles fazem não é luxuria?

Antes que me critiquem eu pergunto, quem de vocês nunca quis comprar ou ganhar algo sem extrema necessidade? Tem mais, o que você comprou, você já usou? Tem um exemplo que já vivi.

Estava comprando perfume em uma loja quando, de repente, alguém me aborda e fala, “nossa pra que gostar de usar tanto perfume? Isso é gastar dinheiro, você vai pro inferno (uma pausa rápida, vai pro inferno a senhora, porra!) isso é muita luxúria” . Respondi: “bem se eu vou pro inferno a senhora também vai, por que esta com uma sacola imensa, cheia de roupa e que não vai usar mais de duas vezes, e isso também é luxúria”.

O fato é que você não deve tomar conta da vida dos outros, e que cada um cuide da sua, pois todos nós temos nossos momentos de luxúria e jamais daremos o braço a torcer. Agora, se você usa tudo com o intuito de se mostrar, chegarás até a ser um imbecil.

Pois, como já disse, luxúria não é nada mais, nada menos, que conceito de gente pobre de espírito, que não tem nada, e também de gente que quer fazer os outros se sentirem receiosos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Meu Espelho...

Por que me refletes? Já não consigo me ver, e ,ao me olhar, me deparo com estranhas figuras, nenhuma parecida com quem eu realmente sou. Todos os dias ,ao acordar, faço essa pergunta; pergunta que já substituiu o “bom dia!”.

Em meu espelho, algumas faces me intrigam: a piedade, a dor e a solidão. Será esse meu destino? Espero que não. Bem, não sei, acho que tudo que esta refletido nesse espelho é o que eu realmente sou. Próximo da dor, outras duas faces surgem, o medo e a feiúra. O medo de fazer alguém sofrer. Já a face da feiúra acaba com tudo que ainda restavam em mim.

Essa visão horrenda está se repetindo todos os dias, já não consigo fazer mais nada se não pensar nessas faces. Paro para refletir. Aquilo que eu tinha pensado antes é a pura realidade, o espelho nada mais mostrou do que eu. Já não sou mais nada.

Sei que esse espelho só me mostrou a minha crueldade, mas será que ainda resta algo de bom em mim? Acho que não, e, mesmo se eu perguntasse, jamais obteria respostas. Já estou em lágrimas. Já não suporto mais ver essas imagens, saber que já magoei alguém.

Chega! Desisto, não sei o que fazer. Já pensei em procurar amigos, mas não quero atormentá-los, e a família, que também não a quero preocupar. É melhor eu continua a me isolar. Mas antes, ainda me resta algo a fazer... pronto já quebrei o espelho!

Em pedaços, aquilo que antes me refletiu agora está quebrado, porém junto com ele foram as minhas faces e já não estou mais preso àquela solidão, àquela dor imensa. Preciso agora refletir, pensar no que eu realmente sou, aquilo que perdi ou que nunca procurei no meu coração. Será que tenho chances de mudar?

Olha, que engraçado, até aquela sensação de feiura e de dor se foram. Acho que foi a coragem que me ajudou a lutar, ou a canseira que já queria que eu largasse dela...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Contos Cotidianos

“Que delícia! Está do jeito que eu gosto”, pensou ela .

O calor em seu corpo parecia ser capaz de colocá-la em combustão. Virou-se de costas, meio manhosa, o suor escorrendo-lhe pelo corpo.

“Realmente, uma delícia”, pensou.

Mas sabia que faltava algo. Tão logo imaginou esse algo, um homem surge anunciando-o.

“Homem de Deus! Parece que leu meus pensamentos.”

Levantou-se.

Assim que o avistou, e seu objeto de desejo, não conseguiu desviar os olhos. Só de imaginar, sua boca enchia-se de água. Até já podia sentir o sabor adocicado.

Ao aproximar-se do sujeito, que ainda anunciava, a já faminta mulher, apontando para o que lhe atraia, disse:

- Eu adoraria um agora!

- Mas é claro senhorita! - respondeu o homem, abrindo um largo sorriso – Tens alguma preferência?

- Um, não sei. Gosto de tudo. Creio que quanto mais doce melhor. Qual o senhor me indica?

- O de coco então. São R$ 3,00.

A mulher lhe pagou e voltou satisfeita para o seu lugar. Nada como tomar um bom picolé na praia em um tarde quente de verão!

O Maravilhoso Mundo da Crise

Quem nunca entrou e crise? Ou melhor, quantas vezes você já esteve em crise? Acho que alguém de algum lugar me escolheu para entrar em crise, isso já está me cansando. Já não consigo me sentir bem com quase nada, estou quase no fundo do poço.

Acho que essa é a pior sensação que alguém pode sentir, pois é; uma angústia; uma dor no coração até mesmo uma sensação de vazio, e a cada momento parece que essa aflição aumenta. Nunca tive tantas dúvidas de mim, muitos podem dizer que é uma bobagem, coisas de adolescente, tem gente que nem se lembra o que é isso e ainda palpita na vida dos outros.

Com certeza total, essa minha tristeza, eu já sei o motivo, o problema é como resolver, em certos momentos da vida temos que tomar decisões que podem custar muito caro. Por sorte ou não, eu compartilho desses mesmos problemas com outras pessoas, então, BEM VINDO AO MUNDO DA CRISE! Nesse mundo estão a crise: da meia idade, da velhice, as dos sem rumo, e a dos sem dinehiro e outras mais

Não que estar nesse mundo seja algo agradável, mas ele se torna curioso, e vasto, na maioria dos casos acredito eu que todos consigam sair desse mundo de crises. Esse mundo de crise é adverso e psicológico, nem sempre nossas crises têm motivos concretos.

Isso não é um momento de levanta minha auto-estima para tenta me alegrar – não, não mesmo – só estou mostrando que a crise é algo de momentos. Até porque se estou falando desse mundo que pra mim é tão escuro, e duvidoso é por que eu já estive e estou nele... Quando vou sair?... Não sei... Quem sabe quando eu realmente me descobrir.

Com cada um vivem em uma situação de crise diferente, as soluções muitas vezes é fácies, até mesmo o desejo de comer aquele doce, daquela confeitaria, pode deixar a pessoa em crise, mas tem solução.

Uma coisa que percebo, e falo isso por me observar, é que são nesses momentos, que eu quero me isolar mais do mundo, não pra não prejudicá-los, mas por intenso medo. Até tenho meus momentos de tentativas de sair dessas crises, afirmando que jamais voltarei a elas, mas é tudo mentira.

Gostaria que um dia eu pudesse sair desse mundo, talvez, quem sabe, por um tempo bem longo e indeterminado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Uma conversa Comigo

Por mais quente que minha alma seja, mais minha mente é gélida, não tenho esperanças, amizades? Já não posso contar mais com elas. Minha vida de nada vale, a minha família nem sabe que eu existo ainda, ESTOU NO FUNDO DO POÇO.

Mas ainda há dentro de mim algo quente, não parecer ser meu sangue, pois este nem existe, foi substituído por veneno. É algo sem explicação que por mais por baixo que eu me encontre mais ela tenta me puxa para que eu saia do buraco. São nesses momentos que me sinto brigar comigo mesmo, parece a briga entre o bem e o mal aonde os dois possuem forças tão grandes que quase si igualam sempre.

Ai eu sento mais isolado ainda do mundo, e começo a chorar, eu, desesperado, não tendo ninguém que eu posso chamar para me ajudar, acha que nem sei o que pensar... Para que pensa nessas horas?

Eis o momento que durmo, em instantes me deparo com uma forte luz, parece pegar fogo... Meu coração começa a acelera, esta descompassada. Com mais clareza e espantado vejo meu reflexo. Começo a pensa que meu cérebro esta fazendo uma brincadeira de mau gosto.

O meu EU, que esta em chamas diz ser aquilo que estou perdendo com o passar do tempo, pergunto a ele se é a esperança, ironicamente já sei a resposta, ele me disse que ele era parte da minha alma.

Com um ar de cuidado me disse que existia alguém que jamais me abandonaria, curioso perguntei quem... Com um olhar bem seco minha alma responde que a única pessoa na face da terra qual tem que me ajudar, sou eu mesmo.

Depois dessa rápida conversa, comecei a refletir mais sobre isso, vejam, se sou eu que em inúmeras vezes arrumo a confusão sou eu mesmo que tentarei achar a solução, foi a partir daí que percebi que não estava e nunca estarei só.

Acho que depois dessa conversa consegui evoluir muito mais, hoje meus amigos só me dão valor por que eu me dou valor, minha família sabe que existo hoje porque pra mim eu estou aqui, foi nesse embalo que percebi o quanto eu me odiava.

Bem, sair do poço é difícil, mas eu acho que já estou terminado de sair dele, espero não cair em outro poço... Espero um dia poder ter outra conversa semelhante a essa, ou não, pesando bem se tiver outra conversa assim acabarei levando outra bronca.