Ele vivia solitário já fazia algum tempo, andava pelos cantos da casa a procura do que fazer. Em sua mão sempre tinha um copo de Uísque e nos ouvidos sempre a mesma Noctune de Chopin. Pensava em tudo que tinha acontecido nos últimos meses, as conversas, os desabafos, as mentiras contadas, chegava a pensar que jamais poderia contar a verdade para todos, e que com ela deveria morrer.
Seus amigos, poucos deles sabiam a verdade e mesmos assim uma parte ínfima de verdade, só aqueles que eram mais próximos sabiam a verdade, e isso o deixava preocupado. Não queria ver nos olhos desses amigos tristeza e preocupação.
O tempo passava, vivia cada dia mais na companhia da solidão, começou a buscar outros gostos para começar a fugir daquilo que lhe preocupava, parecia não ter mais vida. Entre o alcoolismo e a depressão havia o amor. Um amor a distancia que conhecerá no final do ano, por esse amor estava disposto a largar tudo, trabalho, estudos, amigos, mas não os que sabiam de toda a verdade, esses, tinha a preocupação de contar tudo que acontecia.
Entre amores e solidão passara agora a ficar trancafiado no quarto esperando passar os dias chuvosos, a onde via na chuva suas lagrimas, sua tristeza e ao mesmo tempo um desejo quente de estar perto do seu amor. Parece que nada o acolhe nem parece que quer ser acolhido por nada, quer somente esperar por um nada.
Eis que o rapaz recebe a ligação... Não a esperava, mas sabia que algo naquele dia ia acontecer. Lagrimas escorreram ao mesmo tempo em que o começo de um sorriso, mesmos que uma centelha do que antes fora um grande sorriso. Parecia inseguro, parecia completamente aflito, ao desligar o telefone, correu para o banheiro, tomou um banho como nunca antes esperado por ele, se arrumou, como se fosse sair com amigos.
Por um momento vacilou, olhou naquela tarde chuvosa sua tristeza, mas logo se refez, tirou do armário aquele perfume que só usaria numa ocasião especial. ESSA ERA A OCASIÃO! Cometido por um ardor, sentiu seu corpo quente, parecia que seu corpo sabia o que esperava, mas não tinha certeza. O telefone tocou novamente correndo atendeu, era um amigo, daqueles sem importância, tinha o convidado pra sair, mas o dispensou.
O telefone tocou mais uma vez atendeu rápido, era quem ele esperava. Desceu correndo a escada da casa, abriu a porta, aflito por conta do que via seus olhos logo se encheram de lagrimas. Ali estava, na sua frente a pessoa que ele mais amava, estava estático , não conseguia mover-se, mas por um impulso do corpo abraçou beijou, e saíram para o tão esperado encontro.
Parecia o dia mais perfeito, mais sublime na vida de um mortal, sua vida estava completa, jamais largaria do seu amor, enquanto vivesse, era assim que ele pensava. Logo acorda do sonho, pois no meu da bebedeira acabou dormindo, volta a sua triste realidade, ao conforto da solidão. Ligou para amigos para sair, ligou para todos queria esquecer aquele sonhou ou guardá-lo como lembrança.
Entretanto vê em seu celular uma mensagem, ao ler, sorriu como no sonho. No fim aquilo que era sonho podia se torna realidade, mas preferiu arrumar-se para sair com amigos, e ficar na expectativa, de um dia ver seu amor, enquanto os amigos não chegavam ,deitou-se de novo para sonhar, sonhar com seu anjo, seu amor, na esperança de outro beijo.
