terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pointless

Talvez eu esteja realmente ficando louca. Não sei bem dizer. Sinceramente, nunca fui a melhor pessoa para falar da minha sanidade mental, ou da sanidade alheia. Fato para se preocupar é saber que estamos com uma ideia fixa: ideias fixas levam pessoas à ruína. Já vi isso acontecer diversas vezes com personagens reais ou fictícios, mas quem não é um pouco de ficção hoje em dia?

Hoje eu acordei cansada, com vontade de dormir e de sonhar com você. Todos temos nossos desejos ocultos, o problema é quando esses já não são mais tão ocultos assim. Como lidar com algo que parece que está pronto para devorar-lhe até a alma, se essa é uma relíquia que ainda possui? Tenho medo de coisas grandes, principalmente das que parecem ser maiores do que eu. Ainda não me sinto forte o suficiente para enfrentar monstros muito maiores do que eu, mesmo sabendo que posso vencê-los, mesmo sabendo que tenho comigo não só a sua confiança, como sua força de dragão.

Pode ser só mais um caso de falta de auto-confiança ou de baixa-estima, mas não acredito que seja. Acho mais provável que seja algo como uma incapacidade temporária de expressar-me com clareza. A prova disso é esse texto que não é só sobre você, mas sobre mim e sobre ele: meu medo.

Sobre o que esse texto devia ser mesmo?

sábado, 25 de setembro de 2010

Nota:

estou cheia de coisas para dizer, mas simplesmente nada sai! Nada mais do que uma ou duas linhas de um texto repetitivo, que parece já estar escrito em algum outro lugar (dentro ou fora de mim). Começo a irritar-me com uma falta de originalidade e de criatividade que são tão propriamente minhas. Sinto que há algo simplesmente me impedindo de ser. Ser ou não ser? Eis a questão. Quando tiver a resposta, provavelmente estarei pronta para escrever novamente, como sempre. Até lá, sou um poço vazio. Para de tentar extrai de mim algo poético ou profundo. Será tão inútil quanto tentar tiver leite de pedra.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cnoc Fuar Choile

Antes de começar, gostaria de congratular o cantor Shane McGowan pela sua versão da canção irlandesa "Spancil Hill", fonte de inspiração e reflexão para esse turbilhão de insanidade. Aos interessados na música, aqui está a mesma no YouTube.
Enfim, vamos ao texto.

Em algum momento, apaixonei-me. Tenho este sentimento como meu pequeno tesouro que anda comigo a todos os lugares. Nunca deixei minha amada por muito tempo, mas, em uma fração de um sonho, parti. Com nada mais que meu pensamento, viajei por todo o cosmos e todo o tempo. Campinas, vales, estradas e desertos meus únicos companheiros de viagem.

Nesses sonho de andarilho (tão real que minha própria vida parecia uma ilusão perto daquilo), andava com nada mais que minhas próprias roupas, sapatos e forças. Talvez tenha partido em busca de alguma coisa que tenha perdido, ou simplesmente pelos devaneios de um longo dia.

Menti em dizer que as paisagens foram minhas únicas companheiras de viagem; o vazio do silêncio e esterilidade interior eram maiores que tudo que já experimentei e, acredito, que possa existir.

Na última parada da realidade/sonho um amigo alcançou-me, trazendo várias cartas e súplicas para que voltasse. Nenhuma delas me dava nenhuma boa razão para voltar. Havia um único objeto que não fosse feito de papel. Uma pequena caixa de vidro. Reconheci-a imediatamente: fora o recipiente de um importante presente que dera à única com quem me importei. Dentro dela, estava o anel. Perguntei a ele o que acontecera. Insisti muito, até ele me revelar a verdade: ela havia morrido.

Tristeza, depressão e desespero me levaram a meus último suspiros em uma terra desolada que deveria estar repleta de ouro e riqueza, com a única certeza de que nunca veria minha amada novamente e a dor de tê-la abandonado por um motivo que até eu desconheço.

Acordei com a imagem de minha amada na cabeceira de minha cama, o coração pulsava tão rápido que, a qualquer momento, achei que iria parar. A caixa do presente ao lado de minha cama só não foi capaz de me destruir por completo pois o calendário dizia: 09 de setembro.

Na manhã seguinte, após horas de insônia, reencontrei-a em seu lugar habitual. Abracei-a, beijei-lhe o rosto, fazendo uma única promessa solene a mim mesmo.

Se você, caro leitor, já passou por esse tipo de experiência, sabe qual promessa fiz. Caso contrário, espere, releia meu devaneio e, talvez um dia, conheça minha promessa.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Noites

O que pode-se fazer durante uma noite anormal de fim de semana?

  1. Sair com os amigos, mas estão todos bêbados na casa de outro amigo;
  2. Sair com a namorada, mas ela foi dormir na casa de uma grande amiga;
  3. Ler um livro, mas alguém o roubou de você para poder lê-lo feriado;
  4. Fuçar em seu computador, mas não há mais o que fazer com ele;
  5. Dormir, mas a insônia me atinge;
  6. Andar a esmo, mas tenho de cuidar de minha irmã
  7. Ver um filme, de que adianta se todos já foram vistos e revistos?
  8. Trabalhar, mas prefiro manter minha sanidade;
  9. Sentar na frente do computador e escrever uma postagem em seu blog. É, essa é a solução.
Quais são as chance de todas as suas possibilidades de diversão e descanso estarem ocupadas? Por que se prender tanto a elas? Por que não simplesmente abandonar tudo e radicalizar, mesmo que só por um dia?

Não há o que se fazer! Estar preso a pequenos detalhes de uma vida que, nessas horas, parece tão mundana e sem propósito é quase tão ruim quando ser uma criatura inerte que vive às custas dos outros.

Como uma dia disse o grande sábio do rock'n'roll:

I'VE GOT TO BREAK FREE!
GOD KNOWS,
GOD KNOWS I'VE GOT TO BREAK FREE!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Máscaras

Finalmente, depois de muito remexer na minha mítica Caixa, consegui encontrar um assunto que toca nas feridas do ego: as Máscaras. Não adianta dizer que não usa, porque todo mundo usa que têm, mais cedo ou mais tarde. Elas representam nossas várias facetas, nem sempre positivas e, principalmente, nossas fraquezas.

Como você usa suas máscaras sem perceber? Quando omite para os seus pais que ao invés de uma tranquila sessão pipoca na casa da sua melhor amiga, você fugiu para um show junto com ela. Quando, num bate-papo, inventa para alguém que já viajou pra tal lugar ou conhece tal pessoa, só para parecer mais interessante. Qualquer pessoa manipula as próprias máscaras como lhe convém, e não existe motivo para se envergonhar ou se sentir falso por também fazer isso. É da natureza humana, uma exigência do jogo de cintura da vida.

O problema é quando o transitar entre máscaras e a verdadeira personalidade se torna um hábito, uma muleta em que se carrega as fraquezas que não conseguimos superar. Assim, nos fantasiamos e fingimos ser o que não somos para tentar bloquear o vazio interior que nos consome, como se a máscara fosse uma ajuda para a descoberta de si próprio, sendo, no entanto, a pior das fugas. Nesses casos, a máscara cola, a autodescoberta não acontece, trazendo de brinde a frustração e a limitação.

Como nossas máscaras não são escolhidas, e sim descobertas a medida em que enfrentamos nós mesmos e as pessoas ao nosso redor, a incessante procura da felicidade perde a pressa quando conhecemos limites e temos conhecimento dos nossos próprios disfarces, soltando certas armaduras que nos fazem ver a vida passar por medo de se machucar. Desse jeito, ficaremos confortáveis em nossa própria pele, sem medo de viver.